Em alusão ao centenário de emancipação político-administrativa de Criciúma, a Fundação Cultural de Criciúma (FCC) promove mais uma formação aos professores do município, voltada à história e à identidade local. Nesta quinta-feira (22), os professores da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (AFASC) participaram da atividade, das 8h30 às 11h30. A primeira etapa da capacitação foi realizada na semana passada com os educadores do Centro de Formação Thereza Dário Milanezzi.
O objetivo é formar professores com conteúdos que resgatem aspectos fundamentais da história de Criciúma. A proposta busca fomentar reflexões críticas e fornecer recursos pedagógicos que possibilitem integrar esses conhecimentos ao planejamento das aulas, valorizar o patrimônio histórico-cultural e fortalecer a identidade regional. Para isso, serão utilizados como base livros, documentários, relatos orais e registros históricos locais. O material visa estimular o protagonismo docente na construção de propostas significativas, respeitando as especificidades do território e da comunidade escolar.
“A formação surgiu da necessidade de abordar a história do município com os professores, especialmente neste ano do centenário de emancipação, já que alguns tinham dúvidas sobre os processos de colonização e desenvolvimento da cidade. A Base Nacional Comum Curricular orienta que os conteúdos locais – como a história dos bairros, da formação da malha urbana, da cultura e identidade – sejam trabalhados em sala de aula, principalmente nas matérias de história, geografia e pedagogia”, destaca a presidente da Fundação Cultural de Criciúma, Cristiane Maccari Uliana Zappelini.
A proposta busca ainda despertar nos estudantes o interesse pela história local, por meio de práticas pedagógicas contextualizadas e interdisciplinares. O foco é fortalecer o vínculo entre escola, comunidade e território, com o incentivo dos professores ao desenvolver atividades que estimulem a leitura, escrita, pesquisa e observação crítica, contribuindo para uma aprendizagem significativa.
Conteúdo formativo
O conteúdo da formação está estruturado em dois eixos principais: Colonização e Emancipação e crescimento urbano. Os professores terão contato com temas como os primeiros habitantes, o processo de colonização, os ciclos de formação urbana de Criciúma, os patrimônios e monumentos históricos, os povos indígenas e os aspectos culturais da colonização. Também serão abordadas a história da descoberta do carvão mineral, a formação dos bairros operários com nomes das minas (Mina 4, Mina Brasil, Mina do Toco) e dos bairros nobres ligados às elites técnicas (Praça do Congresso, Pio Corrêa).
Além da parte teórica, a capacitação inclui atividades práticas e vivências pedagógicas, como visitas guiadas a pontos históricos, análise de fotografias antigas, jogos educativos e elaboração de planos de aula interdisciplinares.
“Vamos abordar os pontos mais relevantes da história da cidade, com foco nesses 100 anos, e vamos também apresentar a metodologia, sugestões, dar exemplos do que pode ser levado para a sala de aula para conectar com a história de Criciúma”, destaca a historiadora responsável pelo patrimônio educativo da FCC, Susane da Costa Waschinewski.
A formação é dividida em dois momentos: o primeiro teórico, com um resumo das transformações históricas que aconteceram no município, e o segundo prático, em que os professores serão levados a uma visita guiada para conhecer os espaços da Fundação Cultural. “Nós explicaremos os usos que o local já teve, que foi construído no período da mineração como um laboratório e também foi utilizado no período da ditadura militar. Além disso, os professores serão levados ao centro de documentação, na biblioteca municipal, para ter contato com alguns documentos históricos. Essa é uma formação bem dinâmica e estamos tentando sensibilizar os professores e mostrar que nosso município tem muita potencialidade e conteúdo para serem trabalhados em sala de aula”, ressalta.